domingo, 6 de dezembro de 2009
Pelo sonho da Libertadores, Tcheco está pronto para encontrar o Corinthians
Eterno e inesquecível. Adjetivos preferidos de muitos torcedores do Grêmio para definir Tcheco. Ao longo da última semana como jogador tricolor, o meia recebeu demonstrações de carinho das mais variadas. Algumas exageradas, segundo ele. Cartazes, faixas, objetos, além de pedidos para continuar no clube não faltaram. Esforço em vão. O armador tem São Paulo como próxima parada. Aos 33 anos, ainda não abandou o sonho de conquistar a Libertadores, objetivo máximo do Corinthians, seu próximo clube.
Prefere ser cauteloso ao falar da transferência para o Parque São Jorge, já que o contrato ainda vai ser assinado na próxima terça-feira, e sabe que terá de cortar um dobrado para ser titular do time competitivo que Mano Menezes, a quem rasga elogios, deve ter nas mãos.
Provavelmente a situação vai se definir na semana que vem. Está encaminhado para o Corinthians."
Numa conversa tranquila na sala de entrevistas do estádio Olímpico, o mais novo ex-camisa 10 do Grêmio conversou com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM sobre passado, presente e futuro. Conhecido pelo bom humor, não esconde a frustração ao falar dos títulos que escaparam por muito pouco no Tricolor. A Libertadores de 2007 o marca de forma especial. Na primeira passagem pelo Olímpico, dois títulos do Gauchão (2006 e 2007). Nas duas últimas temporadas, um capitão de mãos vazias e sem volta olímpica.
Confira a íntegra do bate-papo:
Quando você percebeu que era o momento de encerrar esta segunda passagem pelo Grêmio?
TCHECO: Quando eu conversei com a diretoria sobre o meu futuro aqui, há três meses, havia o interesse por parte dela e do treinador, na época o Paulo Autuori, de que eu permanecesse. Até aí estava tudo tranquilo. Depois que o Paulo teve a saída confirmada, voltei a falar com a diretoria e ela se manifestou um pouquinho diferente, no sentido de depender da chegada do novo treinador. Comecei a sentir que provavelmente eu não ficaria. Passada uma semana, tivemos uma conversa mais franca, um pouco antes do anúncio da minha despedida, e sabia que não ia ficar.
Qual foi a sensação de entrar no estádio Olímpico pela última vez com a camisa do Grêmio?
Foi um dia atípico em todos os sentidos. Pelo jogo, pelo clima e pelas homenagens que eu não esperava por parte da torcida Geral (principal torcida do Grêmio). É muito difícil um jogador ser homenageado pela torcida, principalmente no meu caso. Buscamos os títulos, chegamos perto, mas infelizmente não conseguimos. Tenho um reconhecimento por parte deles por conta da maneira como trabalhei. E a homenagem da diretoria do Grêmio, representada pelo presidente (Duda Kroeff), que para mim foi uma honra. Você entra para o jogo, começa a ver a torcida, a imaginar que é o último momento. Foi uma mistura de sensações que me atrapalhou bastante. Quando acabou, as emoções voltaram e fui dar o último adeus.
E o Corinthians? Quando você se apresenta?
Provavelmente a situação vai se definir na semana que vem. Está encaminhado para o Corinthians, mas não está acertado. Algumas coisas ainda precisam ser resolvidas e creio que vão se resolver. Minha expectativa para o próximo ano no Corinthians, ou em outro clube, de casa nova, renovada, é tentar buscar os títulos que um grande clube quer. Mas o principal de tudo é que tem que se preparar bem na pré-temporada e saber da responsabilidade de estar numa grande equipe e tentar fazer um bom trabalho como eu fiz aqui.
Uma imagem do Grêmio para guardar
Quando fiz o gol contra o São Paulo, no Olímpico, em 2007. Mas não pelo gol. Foi a maneira como o pessoal da Geral comemorou. Estava tão lotado aquele dia que ficou um emaranhado de pessoas. Ficou aquela onda azul. Vai ficar marcado. Tinha um torcedor vestido de gaúcho chamando a torcida para cantar.
E uma para esquecer?
Um momento em que a gente mostrou que futebol é uma superação. Não se vence só com técnica. Mas um time que não era cotado venceu os times fortes do Brasil: São Paulo e Santos. Conseguiu tirar o Defensor (do Uruguai), que estava com um jogo praticamente ganho. Enfrentamos o Boca, mas chegamos no nosso limite. Um time que ficou marcado pela superação.
Mano Menezes
Um treinador que achou seu espaço no futebol, cresceu mais rápido ainda. Certamente é um dos melhores e tem um futuro promissor para, quem sabe um dia, assumir a seleção brasileira.
Libertadores 2010
Quem sabe pelo Corinthians? É uma competição que agrada qualquer jogador e para uma equipe de massa tem um valor especial.
Ronaldo, Roberto Carlos e Tcheco
Eu ainda vou ter que procurar meu espaço. Esses dois jogadores são acima da média. Mas eu estou no grupo que precisa procurar espaço dentro de uma equipe que certamente vai se reforçar para ganhar uma competição importante. E tem que ser assim mesmo.
Geral e Fiel
São duas torcidas que acho que se comparam pela maneira de torcer e vibrar. São quase como uma religião. Eu acho que uma é tão bonita quanto outra. Uma eu já sei o sabor, quem sabe a outra eu possa experimentar.
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